Adoro quando você... Chove! |
E fica
aquele vazio, o mesmo quando os belos olhos lhe infiltraram pela última vez.
Aquela pessoa a qual você chamava de felicidade, hoje o trata apenas como mais
um desvio de momento. Mas ela se esquece do quanto você suportou a chuva,
sozinho em sua bancada de pensamentos na varanda da casa.
Lembranças
vêm e vão, seus dedos já não aguentam mais ter que apagar as frases escritas
nas paredes do quarto, no chão da sala ou no vidro do banheiro. Mas tudo fica
ainda mais embaralhado em sua mente ao barulho das gotas vindas daquela forte
chuva. E, ao menos uma vez, após este tempo alimentado de sorrisos e lágrimas,
você quer que a chuva não estrague tanto o seu prazer em ter aqueles beijos.
Já
foram tantos dizeres ensaiados, tantos telefonemas não atendidos, tantas cartas
rasgadas que você resumiria tudo em um encontro, em um abraço, em um beijo, em
um “OI”. Mas então veio a dúvida: “Será quando você se transformará em um homem
seguro para esta pessoa?”.
Não se
pode viver com tanta barba crescendo em seu rosto, com tamanha ilusão por
suspiros e nem almejando que, aquela chuva tão natural e ínfima nesta solidão,
estrague mais um inábil libriano preso pelo silêncio das suas respostas.
Porém,
o que você realmente almeja é ter uma eternidade idolatrando aquela chuva que
vem dos seus sorrisos, dos seus belos olhares, das suas destrezas diárias.
Por fim, após
sentir tanto frio, sairá para a rua com seu simples guarda-chuva, e dirá ao mundo: “Adoro quando
você, chove!”