Pesquisas

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

OITENTA A DUAS

Oitenta a Duas



E essas dores que não se calam,

Esta respiração tão ofegante

Que vai me deixando cada vez mais insano.

 

Cadê o meu alívio imediato?

- Por favor, tragam as minhas drogas!

 

Você veio sem querer vir,

Voltou sem querer voltar,

Destruiu querendo destruir.

E aqui estou internado em meu interior.

 

Daí, quando menos percebi...

Você levou os meus versos,

Calando assim as frases das minhas cartas.

 

Cadê as forças que me levantavam?

- Por favor, procurem o meu amor!

 

Então vêm aquelas incabíveis tipos de dores.

Dor no cotovelo,

Dor na testa,

Dor no peito,

Dor de choro,

Dor sem cor.

Tristezas!

 

Cadê você que foi para tão longe?

- Por favor, (dês)ligue-me nesta noite!

 

E do fogo, quem o apagará?

Acho que este será o meu destino:

Arder em uma cama suando sozinho,

Uivando nomes para esquecer o seu.

 

Cadê o teu sorriso?

- Por favor, cuspam nos meus sonhos.

 

A dor que se desencadeia sobre mim,

É a mesma que lhe distrai durante o dia.

Mas, durante este tempo de intensas dores,

Sei que seu sacarmos ainda lhe trará inevitáveis dores.

 

Cadê você solidão que havia transbordado toda aquela paixão?

- Por favor, volte para mim!

 

Mas ao fim, tu anularás as nossas dores,

E negarás as suas oitenta faces

Para se dedicar a apenas duas:
Eu e você!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ADORO QUANDO VOCÊ... CHOVE!

Adoro quando você... Chove!


E fica aquele vazio, o mesmo quando os belos olhos lhe infiltraram pela última vez. Aquela pessoa a qual você chamava de felicidade, hoje o trata apenas como mais um desvio de momento. Mas ela se esquece do quanto você suportou a chuva, sozinho em sua bancada de pensamentos na varanda da casa.

Lembranças vêm e vão, seus dedos já não aguentam mais ter que apagar as frases escritas nas paredes do quarto, no chão da sala ou no vidro do banheiro. Mas tudo fica ainda mais embaralhado em sua mente ao barulho das gotas vindas daquela forte chuva. E, ao menos uma vez, após este tempo alimentado de sorrisos e lágrimas, você quer que a chuva não estrague tanto o seu prazer em ter aqueles beijos.

Já foram tantos dizeres ensaiados, tantos telefonemas não atendidos, tantas cartas rasgadas que você resumiria tudo em um encontro, em um abraço, em um beijo, em um “OI”. Mas então veio a dúvida: “Será quando você se transformará em um homem seguro para esta pessoa?”.

Não se pode viver com tanta barba crescendo em seu rosto, com tamanha ilusão por suspiros e nem almejando que, aquela chuva tão natural e ínfima nesta solidão, estrague mais um inábil libriano preso pelo silêncio das suas respostas. 

Porém, o que você realmente almeja é ter uma eternidade idolatrando aquela chuva que vem dos seus sorrisos, dos seus belos olhares, das suas destrezas diárias. 

Por fim, após sentir tanto frio, sairá para a rua com seu simples guarda-chuva, e dirá ao mundo: “Adoro quando você, chove!”